A Uptimize, ajuda empresas a atrair, alavancar e recrutar talentos neuro diversos.
Fundada por Ed Thompson, ex-aluno de Oxford, fundador do programa de aprendizagem Tech City Stars, para ajudar as empresas a atrair, contratar e reter talentos neuro diversos. Falámos com Thompson sobre o motivo pelo qual, a contratação de um grupo de colaboradores que inclui pessoas neuro diversas, é bom para os negócios.
1. Como é que um negócio poderá atrair mais funcionários neuro diversos?
Em primeiro lugar, as empresas precisam de ter em consideração as características que são necessárias para uma função – e garantir que estas estejam bem explicitas da descrição da mesma. Não reutilize os anúncios de trabalho e certifique-se que evidencia o que realmente é necessário, quais as características que são prioritárias e quais as que não são. Use uma linguagem simples. Não se esqueça de mencionar que recebe candidatos neuro diversos nos anúncios de trabalho.
2. Que ajustes deve fazer na equipa de RH?
É uma combinação de ajustes estratégicos e táticos. Vamos supor que estamos a falar de um gestor que tem a responsabilidade de recrutar uma nova equipa. Esse gestor, à partida, irá utilizar um processo de recrutamento já incorporado na empresa. Portanto, o gestor não está a recrutar estrategicamente – não é que este diga “Penso que precisamos de recrutar de uma forma diferente”. Mas, é muito provável que seja a pessoa que irá escrever a descrição do trabalho em causa e comunicará com os candidatos.
Os ajustes táticos incluem reescrever os perfis de trabalho, com o objetivo de os tornar mais acessíveis a candidatos neuro diversos e em seguida, adaptar o processo de entrevista. Existem várias coisas que pode fazer de forma a criar uma entrevista mais empática e evitar excluir fatores como postura e contacto visual. Deverá tentar não tomar uma decisão imediata e emocional com base no relacionamento social, mas sim, tentar usar a entrevista como uma ferramenta para descobrir os detalhes da experiência e das habilidades.
O lado estratégico vem com uma consideração mais holística, por exemplo, um processo de contratação. Estamos a fazer o suficiente para combater o preconceito inconsciente? Garantimos que todos os elementos do processo, desde formulários de candidatura a testes psicométricos, foram testados por pessoas neuro diversas? E será que estamos a usar a combinação certa de entrevistas e avaliações práticas, e a colocar a ponderação correta em cada uma das decisões tomadas?
Diretores de RH: pensem em ajustar os processos de contratação e as ‘soft skills’ que os funcionários poderão implementar, de modo a serem mais inclusivos. Posteriormente, poderão contratar de uma forma mais eficaz, o que implica numa menor perda de pessoal com qualidades neuro diversas durante este processo.
3. Incorporando uma cultura mais favorável à neuro diversidade
A promoção da cultura da empresa deve ser sempre uma combinação de “cima para baixo” e de “baixo para cima”. Ao abordar as coisas de cima para baixo, é necessário tomar medidas para demonstrar que há liderança, compromisso, interesse e recursos para tal. Essa é a primeira coisa a fazer. Por esse motivo, às vezes começamos a treinar as pessoas mais velhas, para garantir que elas estão preparadas para liderar nesse modelo.
Também, é de baixo para cima – ensinamos as pessoas como aplicar a empatia profissional ao nível do colega de trabalho. Uma coisa que fazemos muito é, usufruir das entrevistas que fazemos com os nossos focus group, no processo de formação. Estamos literalmente a excluir o intermediário e a mostrar aos gestores, vídeos de pessoas que tiveram boas ou más experiências com gestores e que são, elas mesmas, neuro diversas. Descobrimos que esta é uma maneira incrível de desenvolver empatia de uma forma interessante.
4. Como as iniciativas pró-neurodiversidade podem ajudar no resultado final?
Embora seja algo prematuro e os dados ainda bastante dispersos, já começamos a ver casos comprovados de neuro diversidade no trabalho. Por exemplo, a JPMorgan Chase concluiu que equipas que são deliberadamente neuro diversas – neste caso, incluindo contratações do programa ‘Autism at Work’ – foram 50% mais produtivas em estudos comparativos. Estamos também a começar a ver o impacto da diversidade cognitiva ao nível de equipas na inovação e na criatividade – algumas contratações destes programas até conseguiram patentes. Um gestor do programa Dandelion da DXC Technology descreveu os seus colaboradores autistas como um benefício para a empresa: “Eles, ajudaram a delinear alguns processos de pensamento entre as equipas.”
Também já vimos clientes a identificar e a eliminar, com sucesso, entraves neste tipo de contratação. Por exemplo, a Microsoft descobriu que cerca de metade das pessoas contratadas na sua iniciativa de neuro diversidade, já tinham concorrido para a empresa e não tinham sido contratadas – provando assim que, o que tinha sido até agora uma barreira para estes colaboradores, foi resolvido com sucesso. E a retenção também tem sido excelente – mais de 80% no Deutsche Bank e mais de 90% na DXC Technology, ambas superando as médias do recrutamento tradicional.
5. Unir-se ao debate sobre igualdade, inclusividade e diversidade
Existiu uma grande mudança nos últimos cinco a dez anos, em que a diversidade como um todo passou de uma iniciativa de responsabilidade social corporativa para um imperativo comercial. Hoje em dia, se ler os relatórios anuais das empresas da Fortune 500, a inclusão e a diversidade é declarada como uma das prioridades das empresas, pelo que, não é nenhum choque ver a neuro diversidade ganhar notoriedade.
6. Aumentar a consciencialização geral sobre a neuro diversidade
Faça a pergunta a si mesmo: “Como é que posso modificar as minhas interações, para que eu possa trabalhar em equipa de uma forma mais inclusiva?” O que significa que as pessoas não devem simplesmente presumir que todos querem comunicar da mesma forma e que todos querem organizar o seu trabalho da mesma maneira. Esse tipo de empatia precisa vir de baixo e, de seguida, se definir bem as coisas, estará em posição de demonstrar o compromisso de cima.
Agora que sabe o que fazer para recrutar talentos neuro diversos, pode começar a construir a sua equipa de e-commerce. Leia o nosso artigo que o ajudará na sua seleção.